terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Riscos em Laboratórios de Análises Clínicas

A pressão por resultados é clara em qualquer investimento que se deseja ter lucro, e com os laboratórios de análises clínicas não é diferente, pois por trás dele há um empresário ávido por capital que deseja atender suas necessidades financeiras por meio do ramo laboratorial. Com isso, muito da lógica capitalista de contenção de gastos, pessoas que trabalhem por mais tempo e estabelecimento de rotinas se fazem necessárias. Esse último é importante não só para melhorar os resultados financeiros, mas também para diminuir a chance de erro durante o processamento dos exames.

Partindo da existência desses três fatores que ensejam no aumento do risco ocupacional para os trabalhadores dos laboratórios, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) criou a norma NBR ISSO 31000:2009 – Gestão de riscos, princípios e diretrizes. Ela orienta e facilita a identificação dos riscos, além da avaliação e a priorização deles para a tomada de decisão, de modo que haja a melhoria da gestão de riscos laboratoriais. Assim, o laboratório torna-se capaz de gerir os incidentes, preparando seus colaboradores para atuarem corretamente nessas situações e protegendo a imagem da empresa.
Devido ao risco biológico em que os trabalhadores de laboratório estão submetidos, o laboratório clínico é um lugar com inúmeras fontes de perigo. Por isso, torna-se relevante o levantamento dos perigos para identificá-los adequadamente e avaliar os riscos a que estão submetidos trabalhadores, terceiros que prestam serviços em suas instalações e vizinhança. Em consequência, os riscos no laboratório são multidimensionais, tanto do ponto de vista da estabilidade como da previsibilidade dos resultados. A gestão de riscos envolve necessariamente todos os níveis da empresa.
Com a prática rotineira sob a exposição a diversos tipos de riscos (ambientais, químicos, físicos, dentre outros), desenvolve-se no âmbito do trabalho laboratorial o risco psicossocial. A importância dos fatores psicossociais no trabalho é evidenciada pela Organização Internacional do Trabalho, e são definidos como os aspectos do desenho e gerenciamento do trabalho e o contexto social e organizacional potencialmente danosos a saúde física e/ou mental do trabalhador, os quais não são poucos. São eles: a pressão de tempo, aumento da complexidade das tarefas, relações tensas e precárias que gerem tensão e estresse.

Assim, com base nos riscos a qual estão submetidos os funcionários de laboratórios de análises clínicas, deve-se haver investimento em um sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional para que se tenha melhor sustentabilidade e exercício da responsabilidade social no laboratório. Portanto, cabe aos gestores dos laboratórios lutar pela orientação do trabalhador sobre esses riscos ocupacionais e as medidas necessárias a seu controle, além de um programa de educação continuada, com treinamento específico para os profissionais de laboratório.


Referências: 
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1676-24442011000300007&script=sci_arttext
http://fug.edu.br/2010/pdf/tcc/ACIDENTES%20COM%20MATERIAL%20BIOLOGICO%20OCORRIDOS%20COM%20PROFISSIONAIS%20DE%20LABORATORIO%20DE%20ANALISES%20CLINICAS.pdf