terça-feira, 21 de outubro de 2014

Infraestrutura dos Laboratórios de Análises Clínicas

Os preços dos exames dependem, dentre outros fatores, dos custos que o laboratório têm para realizá-lo, como já foi falado nas postagens anteriores. Assim, vou falar hoje sobre os requisitos físicos e de recursos humanos mínimos que os laboratórios devem ter para funcionar dentro da lei.
A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estabelece regras para o correto funcionamento de laboratório de microbiologia que realizem procedimentos que envolvam o processamento de exames laboratoriais, dispostas no Regulamento Técnico de Funcionamento do Laboratório Clínico. Esse regulamento foi elaborado a partir de trabalho conjunto de técnicos da ANVISA com o Grupo de Trabalho Instituído pela Portaria nº 864, de 30 de setembro de 2003.
Nesse regulamento a ANVISA estabelece todas as normas para o funcionamento desses laboratórios. Como exemplo, temos que a direção e o responsável técnico do laboratório clínico e do posto de coleta laboratorial têm a responsabilidade de planejar, implementar e garantir a qualidade dos processos, incluindo todos os protocolos operacionais e de controle de qualidade.
Alguns equipamentos necessários para o funcionamento de um laboratório
Quanto à infraestrutura física, os laboratórios devem contar com recursos materiais e humanos. Os materiais devem contar com equipamentos mínimos para o funcionamento do laboratório, que consistem em: estufa bacteriológica, forno de Pasteur, autoclave, microscópio binocular, centrifugador de baixa rotação, banho-maria de pequena dimensão, geladeira, destilador para água, dentre outros. Quanto aos recursos humanos, é recomendável que a supervisão técnico-científica do laboratório esteja a cargo de médico ou profissional de nível superior, especializado em microbiologia, e, se possível, em tempo integral.
Esses são só alguns dos processos exigidos pela ANVISA para que um laboratório funcione de forma plena. Assim, todo esse aparelhamento gera custos que vão refletir nos preços dos exames e, claro, quanto mais moderna a infraestrutura e mais automatizado o processamento de exames no laboratório, os preços dos exames sofrerão mais influência.
Fontes: http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/revista_virtual/administracao_laboratorial/trabzochio.pdf
http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/microbiologia/mod_2_2004.pdf

9 comentários:

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  2. Nota-se que os laboratórios e hospitais são estruturas prestadoras de serviços em saúde, e portanto, estão constantemente envolvidos em procedimentos de riscos. Este é estabelecido para evitar e reduzir ao mínimo as possibilidades de acidentes ou práticas de alto risco que potencialmente podem causar dano tanto aos funcionários como aos pacientes. Sendo assim o manejo de risco deve garantir não
    somente um ambiente de trabalho seguro, mas também condições adequadas para que os pacientes possam se submeter aos procedimentos clínicos mais avançados e obter diagnósticos confiáveis. Dessa forma o manejo de risco tem como objetivo a implantação de práticas de segurança laboratorial e de controle de qualidade dos serviços.
    http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/microbiologia/mod_2_2004.pdf

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  3. Recorrendo a datas, foi em 1997 que, a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, preocupada com a qualidade dos Laboratórios Clínicos em todo o Brasil, criou o seu Departamento de Inspeção e Credenciamento da Qualidade, com o objetivo de criar, implantar e operacionalizar a Acreditação de Laboratórios Clínicos, de acordo com as normais nacionais e Internacionais de Qualidade, expedindo o Certificado de Acreditação para aqueles que cumprissem as exigências da qualidade estabelecidas naquelas normas. Dentre os deveres/direitos dos laboratórios estão: o laboratório deve possuir área suficiente para realizar as tarefas de atendimento e coleta com a devida qualidade, segurança e conforto dos funcionários e pacientes/clientes; deve possuir um Procedimento da Qualidade para limpeza e apresentação das áreas; deve possuir dimensões adequadas e ventilação que permita a renovação constante do ar; temperatura adequada; iluminação suficente; etc.
    http://www.dicq.org.br/pdfs/manual_dicq_2011.pdf

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  4. Para garantir a qualidade dos exames realizados nos laboratórios, a ANVISA recomenda uma série de medidas de controle de qualidade de funcionários, de equipamentos e outros. O controle de qualidade dos funcionários requer um programa de educação permanente efetivo, ou seja, a ordem é investir em qualificação. O treinamento deve ser prático e regular. Os trabalhadores envolvidos com as atividades do laboratório devem ser estimulados a participar com freqüência em cursos, seminários e similares, tanto localmente quanto ao nível nacional. Os resultados dos procedimentos devem ser conferidos pelo responsável designado quanto à exatidão, reprodutibilidade e concordância com os padrões de controle de qualidade. Isso, certamente, custará dinheiro por parte dos laboratórios. Custo esse que, sem dúvidas, será acrescentado ao preço dos exames. Quanto aos equipamentos, a ANVISA estabelece que peças devem ser trocadas após um período específico de uso, mesmo que não pareçam alteradas, A manutenção pode ser executada tanto pelo fabricante como pelo setor de serviços de engenharia do laboratório, quando existentes, As temperaturas dos equipamentos devem ser medidas diariamente com termômetros calibrados.. Esse controle da qualidade dos equipamentos também demanda gastos, que serão, posteriormente, pagos pelo paciente ao realizar exames.
    Referência: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/microbiologia/mod_2_2004.pdf

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  5. Na postagem ficou claro a importância de garantir a qualidade dos equipamentos que fazem o exame. Mas, é importante frisar que os maiores erros ocorrem na fase pré-analítica, que é a fase de coleta e armazenamento do material a ser examinado. Para garantir que os materiais e amostras tenham a qualidade requerida, é imprescindível implementar metodologias mais rigorosas para detecção, classificação e redução desses erros, já que a maioria deles acontece por falta de padronização nos processos. A maioria dos erros ocorre porque o paciente não fez o preparo devido ou omitiu informações relevantes para interpretação do exame. Muitas vezes, para não perder a viagem, o paciente finge estar em jejum ou não comunica a ingestão de determinado medicamento, sem ter noção de quanto isso é prejudicial para um laudo correto. Assim, é preciso que ocorra uma conversa entre médico, paciente e laboratório, para que evitem esses erros, cada vez mais comuns.
    Fonte: http://ingoh.serifos.uni5.net/site/ba/5419Aula_de_Erros_Laboratoriais__Dr_Kleiner_Vasconcelos_Pinheiro.pdf

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  6. Como dito na postagem, o Regulamento Técnico de Funcionamento do Laboratório Clínico tem como objetivo definir os requisitos para o funcionamento dos laboratórios clínicos e postos de coleta laboratorial públicos ou privados que realizam atividades na área de análises clínicas, patologia clínica e citologia. Assim, por exemplo, o laboratório clínico deve assegurar a confiabilidade dos serviços laboratoriais prestados, por meio de controle interno e externo de qualidade.
    Fonte: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/microbiologia/mod_2_2004.pdf

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  7. Deve-se ter a premissa de que muitas dessas medidas adotadas pela ANVISA estejam relacionadas ao controle de qualidade que diz que " O laboratório clínico deve assegurar a confiabilidade dos serviços laboratoriais prestados" seja pelo controle interno ou pelo controle externo. Na qual, no controle interno, o laboratório deve manter o monitoramento do processo analítico pela análise das amostras controle, com registro dos resultados obtidos e análise dos dados, deve fazer a definição dos critérios de aceitação dos resultados por tipo de analito e de acordo com a metodologia utilizada, e deve realizar a liberação ou rejeição das análises após avaliação dos resultados das amostras controle. No caso do controle externo, o laboratório clínico deve participar de Ensaios de Proficiência para todos os exames realizados na sua rotina.
    Fonte: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/microbiologia/mod_2_2004.pdf

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  8. Como os outros serviços prestados, os exames laboratoriais também refletem a qualidade do serviço no preço. Essa infraestrutura relatada no texto também interfere na automatização e por conseguinte, na precisão do exame feito. Além da interferência da automatização no custo, há também a interferência do atendimento ao cliente, como um ambiente refrigerado, o cafezinho, uma tv a cabo, um wifi, coisas que não interferem na qualidade do exame, mas que são levados em conta na escolha do laboratório, e no preço do exame.

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  9. Atualmente, é notório que os sistemas de garantia da qualidade em organizações de assistência à saúde estão em constante evolução. Há pressões de ordem públicas e privadas pela melhoria da qualidade, mas em contrapartida é necessário que se faça a contenção de custos. Os custos de conformidade podem ser divididos em custos de prevenção e de avaliação. Exemplo: custo com calibração, com o controle da qualidade. Os custos de não conformidade são custos de falha interna e externa. Exemplo: custo com repetição de exame (falha interna), pedidos repetidos de exames (falha externa). Melhorias na qualidade podem levar à redução de custos por evitar a repetição de exames, que resulta em desperdício de tempo e de dinheiro. Com a qualidade melhorada, os desperdícios podem ser eliminados com conseqüente redução Deming desenvolveu e difundiu a idéia de que a melhoria da qualidade reduz o desperdício e aumenta a produtividade. Diminuindo os custos, haverá uma melhoria na competitividade, possibilitando a empresa permanecer ativa no mercado com suas atividades.

    Referências:
    http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/ca36b200474597459fc8df3fbc4c6735/RDC+N%C2%BA.+50,+DE+21+DE+FEVEREIRO+DE+2002.pdf?MOD=AJPERES

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