A pressão por resultados é
clara em qualquer investimento que se deseja ter lucro, e com os laboratórios
de análises clínicas não é diferente, pois por trás dele há um empresário ávido
por capital que deseja atender suas necessidades financeiras por meio do ramo
laboratorial. Com isso, muito da lógica capitalista de contenção de gastos,
pessoas que trabalhem por mais tempo e estabelecimento de rotinas se fazem
necessárias. Esse último é importante não só para melhorar os resultados
financeiros, mas também para diminuir a chance de erro durante o processamento
dos exames.
Partindo da existência desses
três fatores que ensejam no aumento do risco ocupacional para os trabalhadores
dos laboratórios, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) criou a
norma NBR ISSO 31000:2009 – Gestão de riscos, princípios e diretrizes. Ela
orienta e facilita a identificação dos riscos, além da avaliação e a
priorização deles para a tomada de decisão, de modo que haja a melhoria da
gestão de riscos laboratoriais. Assim, o laboratório torna-se capaz de gerir os
incidentes, preparando seus colaboradores para atuarem corretamente nessas
situações e protegendo a imagem da empresa.
Devido ao risco biológico em
que os trabalhadores de laboratório estão submetidos, o laboratório clínico é
um lugar com inúmeras fontes de perigo. Por isso, torna-se relevante o levantamento
dos perigos para identificá-los adequadamente e avaliar os riscos a que estão submetidos
trabalhadores, terceiros que prestam serviços em suas instalações e vizinhança.
Em consequência, os riscos no laboratório são multidimensionais, tanto do ponto
de vista da estabilidade como da previsibilidade dos resultados. A gestão de
riscos envolve necessariamente todos os níveis da empresa.
Com a prática rotineira sob
a exposição a diversos tipos de riscos (ambientais, químicos, físicos, dentre
outros), desenvolve-se no âmbito do trabalho laboratorial o risco psicossocial.
A importância dos fatores psicossociais no trabalho é evidenciada pela
Organização Internacional do Trabalho, e são definidos como os aspectos do
desenho e gerenciamento do trabalho e o contexto social e organizacional
potencialmente danosos a saúde física e/ou mental do trabalhador, os quais não
são poucos. São eles: a pressão de tempo, aumento da complexidade das tarefas,
relações tensas e precárias que gerem tensão e estresse.
Assim, com base nos riscos a
qual estão submetidos os funcionários de laboratórios de análises clínicas,
deve-se haver investimento em um sistema de gestão de segurança e saúde
ocupacional para que se tenha melhor sustentabilidade e exercício da responsabilidade
social no laboratório. Portanto, cabe aos gestores dos laboratórios lutar pela
orientação do trabalhador sobre esses riscos ocupacionais e as medidas necessárias
a seu controle, além de um programa de educação continuada, com treinamento
específico para os profissionais de laboratório.
Referências:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1676-24442011000300007&script=sci_arttext
http://fug.edu.br/2010/pdf/tcc/ACIDENTES%20COM%20MATERIAL%20BIOLOGICO%20OCORRIDOS%20COM%20PROFISSIONAIS%20DE%20LABORATORIO%20DE%20ANALISES%20CLINICAS.pdf